Rio -  Christiane Torloni, quando disparou, bastante animada, nos bastidores do ‘Rock In Rio’, ano passado, a célebre frase “hoje é dia de rock, bebê!”, que inspirou o título desta matéria, não imaginava que ela se tornaria clássica e até um grito de guerra dos roqueiros. Hoje, Dia Mundial do Rock, o Guia Show & Lazer incorpora o espírito Torloni e traz um roteiro para você saber onde o rock rola no Rio.
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Maquiadora Aline Nabisi pinta a famosa estrela do grupo Kiss no rosto de frequentadora da Bootie, na Fosfobox | Foto: Divulgação
Palco que catapultou uma geração inteira de novos grupos de rock nos anos 80, o Circo Voador recebe hoje um dos principais representantes daquela época: ninguém menos que Lobão. Ele declarou em versos que “o rock errou”, mas é dos poucos contemporâneos que ainda mantêm firmes a irreverência e rebeldia características do gênero.
“Acham que rock é coisa de gente maluca, mas todos os meus ídolos, como John Lennon e David Bowie, tinham uma cultura enorme”, ressalta Lobão. “Temos grandes artistascriativos no rock, mas, para um estilo existir de fato, têm que surgir mais casas, rádios e veículos especializados”.
A massa roqueira carioca, na verdade, não se nutre apenas do Circo Voador. Outros palcos clássicos estão espalhados pela cidade e mantêm firme uma programaçãoexclusivamente rock’n’roll, como o Heavy Duty, na Praça da Bandeira; o Calabouço, na Tijuca; o Nectar, em Vargem Grande; o Saloon 79, em Botafogo; ou o Rio Rock & Blues Club, na Lapa.
“As casas que tocam rock na cidade são referência. É um público bem fiel e fervoroso. Os shows que produzimos aqui têm sempre uma boa resposta”, celebra Marcelo Reis, dono do Rio Rock & Blues Club, por onde já passou até o lendário Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin.
Fora dos palcos, um polo de resistência e ponto de encontro de aficionados pelo gênero é a loja Satisfaction Discos, em Copacabana, repleta de raridades até em LP, o bom e velho vinil.
“Esses dias entrou na loja um casalzinho de namorados de uns 15 anos de idade. Ela pediu um disco do grupo Captain Beyond, que só um colecionador conhece”, surpreende-se Renato Arias, dono da Satisfaction. “Também vem gente aqui para falar de futebol ou tomar cerveja, e aí trocam uma série de informações que até pela Internet levariam horas para saber. Quem vem sempre é o Ed Motta, o Frejat e o Evandro Mesquita”.
O rock também está em cartaz no Rio na exposição homenageando a mítica Rádio Fluminense FM, a ‘Maldita’, no Centro Cultural Correios; e no Imperator, com o musical ‘Beatles Num Céu de Diamantes’. Já nas telonas, o longa ‘Raul Seixas — o Início, o Fim e o Meio’ ainda pode ser assistido no Cine Santa. E, para celebrar especialmente o Dia do Mundial Rock, a cidade está pipocando com festas dedicadas ao ritmo, como a ‘Bootie’, a ‘Inferno’ e a ‘Move’. Na Casa de Espanha, a feira O Mercado promove uma edição 100% roqueira, repleta de produtos inspirados no estilo, como roupas e acessórios com caveirinhas e spikes, além de exposição de discos e fotos.
“Em julho, geralmente, os eventos são inspirados em festas juninas. Mas, como o Dia do Rock está aí, no mesmo mês das festas, celebramos a data com essa edição rock’n’roll da feira. Queríamos fazer algo diferente”, explica Je Muniz , uma das organizadoras do evento.
Toda essa homenagem é, na verdade, um pretexto para colocar um rockão para tocar. Porque todo roqueiro sabe muito bem que todo dia é dia de rock, bebê!
A HISTÓRIA
Hoje, 13 de julho, no mundo inteiro apreciadores do gênero musical que mudou a história das sociedades comemoram seu dia exclusivo. A data foi escolhida por causa do primeiro festival ‘Live Aid’, realizado em 13 de julho de 1985, na Inglaterra e Estados Unidos, com shows de diversos artistas e renda revertida às pessoas que passavam fome na Etiópia.
O termo rock’n’roll foi inventado por um DJ norte-americano chamado Alan Freed, e o primeiro sucesso do gênero foi ‘Rock Around The Clock’, com Bill Halley, em 1955. A partir daí, o estilo musical que nasceu para ser rebelde e selvagem fez a cabeça de jovens de todas as idades mundo afora. Artistas como Elvis Presley, Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix e Janis Joplin, entre outros, determinaram os padrões musicais e de comportamento que levariam o rock a se consagrar como o ritmo mais amado e cultuado no planeta. Além de ser também o gênero musical mais generoso, abrigando dezenas de subclassificações e artistas tão diversos quanto James Taylor e Sepultura
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