domingo, 22 de setembro de 2013













SONETO PARA MINHA CIDADE

Hoje olho esta cidade nua
Procuro em meus amigos um alegre passado
Vejo um sofrimento neles estampado
E as vozes do silêncio ecoam em minha rua.

Mesmo que a ação do tempo a ti, destrua
Cabe ao próprio homem evitar a ruína
Fazer do sentimento uma grande oficina
Com ferramentas certas que a reconstrua.

Sobre a noite cai uma tristeza
Teus ditos donos cheios de avareza
Mostram os seus verdadeiros rostos.

Teus filhos querem só o pão na mesa
E ter de volta a tua beleza

E ver os teus algozes todos mortos.

Do livro "Céu de Estanho" de Zé Lopes

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