sábado, 30 de agosto de 2014

CYBERBULLYING: DESCUBRA COMO LIDAR COM ESSE TIPO DE AGRESSÃO


Você já deve ter ouvido falar do cyberbullying - violência que ocorre na internet e no celular - ou até mesmo conhecido alguém que tenha sofrido traumas psicológicos com a atitude de agressores virtuais. O que é extremamente grave! Tanto é que pelo Código Penal brasileiro, a vítima pode conseguir respaldo legal no Capítulo V, Dos crimes contra a honra nos artigos de 138 a 145. Isso porque o agressor - muitas vezes, inclusive, sob o anonimato - gera um constrangimento direcionado a determinada pessoa com o objetivo de denegrir a imagem da vítima em questão.

Além disso, recentemente, a Lei 12.737/2012, apelidada de "Lei Carolina Dieckmann", entrou em vigor para tipificar como infrações diversos tipos de agressões que ocorrem no ambiente virtual. Neste caso, estão inclusas ainda punições específicas aos agressores e aos que invadem computadores de terceiros com o objetivo de obter informações privadas - e divulgá-las - sem a autorização da vítima.

Cyberbullying no Brasil e exterior

Segundo pesquisa realizada em 2010 pela ONG SaferNet, para 16% dos jovens brasileiros conectados à rede, a prática do cyberbullying representa um dos maiores riscos da internet . O levantamento envolveu 2.160 internautas do país com idades entre 10 e 17 anos. O estudo mostra também que 38% dos adolescentes afirmaram ter um amigo que já foi vítima de cyberbullying.

No Canadá, um caso que gerou polêmica em torno do assunto, em 2013, foi o da jovem Rehtaeh Parsons. Na ocasião, Rehtaeh havia sido abusada sexualmente por quatro adolescentes que fotografaram o episódio e postaram imagens nas redes socais. A garota canadense, então, passou a sofrer um constante assédio cibernético de colegas da escola e anônimos, obrigando-a, inclusive, a mudar de colégio.

Apesar disso, nada evitou a depressão da menina. Com apenas 17 anos, Rehtaeh tentou cometer suicídio e faleceu no hospital. O caso gerou tanta comoção no Canadá que a província de Nova Scotia aprovou uma lei para punir este tipo de crime. O Estado, aliás, é o único do Canadá a criar uma polícia específica que cuida dos casos de cyberbullying.

Diferença entre cyberbullying e bullying

A diferença principal entre o cyberbullying e o bullying é o espaço em que as agressões são realizadas. No bullying tradicional, a hostilidade, normalmente, fica restrita ao ambiente escolar. Já no cyberbullying acontece em plataformas como celulares, computadores e tablets, tudo via internet. "O bullying tradicional pode acabar em pouco tempo. Por usa vez, o cyberbullying corre o risco de se espalhar para um grupo muito maior de pessoas, bem como atingir um espaço incalculável. Além disso, pela rede, nem sempre é possível identificar o agressor", explica a terapeuta familiar Roberta Palermo.

"Na internet, muitos apenas reproduzem ou encaminham o que receberam e acham que esse tipo de comportamento não é uma agressão. Mas podemos dizer que, indiretamente, essas pessoas também estão participando da hostilidade em questão. Não é apenas uma implicância entre jovens, e sim uma agressão", reforça Roberta, autora dos livros "100% madrasta – Quebrando as barreiras do preconceito" e "Babá – Manual de instruções".

Para a psicopedagoga Quézia Bombonatto, o cyberbullying é mais rápido e mais devastador porque sai dos muros da escola e amplia essa zona de agressão, atingindo a vítima de forma muito mais rápida e chegando a muito mais pessoas. "Além disso, o próprio agressor se esconde no espaço virtual", explica Quézia.

Na avaliação da psicóloga clínica Maria Tereza Maldonado, autora do livro "Bullying e cyberbullying – o que fazemos com o que fazem conosco?" (Ed. Moderna), nesse caso há também uma perseguição implacável, podendo chegar a 24 horas por dia, nos sete dias da semana. "A vítima é atacada por mensagens de celular, filmada ou fotografada em situações constrangedoras que podem ser colocadas na rede a qualquer momento. O agressor pode criar ainda um perfil falso da vítima em sites de relacionamento para difamá-la ou adulterar fotos em que ela aparece como garota de programa, por exemplo", explica a psicóloga.

Como identificar uma vítima de cyberbullying?

Um sinal que pode indicar se uma criança ou adolescente está sendo vítima de cyberbullying é a recusa de ir à escola, de frequentar passeios ou mesmo de sair com os amigos. "Ou seja, ocorre um afastamento social de querer ficar somente dentro de casa. O jovem pode passar a não se sentir mais seguro em lugar algum", avalia Roberta.

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