segunda-feira, 26 de outubro de 2015

COORDENADOR DE ASSUNTOS JURÍDICOS DA ASPOM DE TIMON COBRA POSICIONAMENTO DO DEPUTADO CABO CAMPOS E ‘SUGERE’ GREVE


O Blog recebeu na tarde de ontem, domingo (25), um artigo do Cabo da Polícia Militar do Maranhão, Manoel Guimarães Filho, que é coordenador de Assuntos Jurídicos da ASPOM de Timon. O militar no artigo “O tapa na cara de Campos e o ataque às associações de praças” aborda as transferências de policiais militares que são lideranças dentro dos movimentos da PM, assunto já tratado pelo Blog (reveja).

No artigo, o militar cobra um posicionamento do deputado estadual Cabo Campos diante do episódio e, mesmo que subliminarmente, “sugere” uma nova greve da Polícia Militar. Veja abaixo o artigo do policial militar.

Considero que a transferência indiscriminada de praças da PMMA e BMMA, em especial dos soldados Leite, da ASPOM -TIMON, Diogo, da Associação de Bacabal, e do Sargento R Barros, de Imperatriz, que está ameaçado de ser desterrado para os confins do Maranhão, sob alegada necessidade de serviço, é um ataque e uma perseguição violenta a esses militares, a suas famílias, às associações de praças e ao próprio deputado Cabo Campos, pois o governo, assim como o comando geral, sabe da relação de proximidade entre o parlamentar e a ASPOM -TIMON, associação que tem ,como um de seus coordenadores, o soldado Leite.

Quando o comando adota tal medida, do meu ponto de vista, ele envia um recado direto ao deputado e às demais lideranças, o de que ninguém é inalcançável. Ora, se transferem, com o uso de uma alegação fictícia, uma liderança que atua, quase que, como um “assessor” do deputado Campos, que foi eleito com esforços da categoria, então transferem e ameaçam qualquer um. Daí o ataque ao soldado Leite ser um ataque ao próprio deputado Campos.

Demonstram, com a medida, o nível de consideração e respeito que nutrem por ele ,por sua liderança e por seu mandato. Desde que me tornei policial militar, em 2001,observo e sinto na pele como setores superiores da PM/MA se utilizam da movimentação como instrumento de ameaça, perseguição e medo.
Uma ferramenta utilizada para sufocar vozes discordantes e de lideranças ligadas às associações. Eu mesmo já fui objeto de uma ação dessa natureza, que me enviou para os confins do Maranhão, me separou da família, dos amigos e dos estudos, apenas para atender aos caprichos de um comandante local. Esta é a terceira ou quarta vez, nos últimos meses, que tentam transferir o soldado Leite. Sempre utilizando-se da mesma motivação travestida, qual seja, a necessidade de serviço.

A motivação real é a intenção, não confessada, de quebrar a resistência e a vontade do policial, destruir sua vida familiar, acadêmica e social e, de quebra, desarticular uma das mais destacadas associações de praças do Maranhão na luta pelos direitos dos trabalhadores PM’s. Como o comando, não pode dizer em público, que sua real motivação é o esfacelamento e comprometimento da luta das praças, ele alega, ilegalmente com desvio de finalidade, a tal necessidade de serviço. Reparem que, se esse fosse o motivo verdadeiro, a administração teria que transferir outro PM mais moderno que o PM em questão. Teria que, de repente, buscar, dentre os mais modernos, um que fosse solteiro, não tivesse filhos, não fosse estudante e, dependendo da necessidade específica, buscar aquele com a melhor capacidade técnica para fazer frente à necessidade.

Do meu ponto de vista, o deputado CABO Campos não deve aceitar calado, e sem espernear, que lideranças que foram decisivas na construção do seu mandato sofram esse tipo de agressão. Noutra medida, as associações, e policiais em geral, não podem ficar a observar a banda passar enquanto aqueles, que estão na linha de frente da luta diária pela melhoria da vida de todos nós, são violentados dessa maneira.

Considerando que a motivação do ato administrativo é mentirosa e que a finalidade do ato é, na verdade, punir, perseguir e destruir o servidor forçando-o, inclusive, a pedir pra sair temos que o ato administrativo está viciado, é ilegal e deve ser fulminado e atirado na lata de lixo mais próxima. Outro ponto que me incomoda e me causa espécie é que, enquanto trabalhadores estão sofrendo esse tipo de violência, juntos com suas famílias, as representações dos Direitos Humanos, no Maranhão, não se manifestam e deles não se ouve um “piu”.

Não é só a constituição de 88 que ignora que policiais militares sejam cidadãos de direitos, os defensores dos direitos humanos também o fazem. Vide o caso da reintegração de posse, na Vila Luizão, que resultou na morte de um posseiro e consequente prisão de dois policiais inocentes, em que não se viu uma manifestação contra a violência estatal perpetrada contra aqueles servidores. Para eles, PM’s não são “humanos” dignos de Direitos Humanos, jamais seremos objeto de sua solidariedade, não somos dignos. Em sua percepção esquizofrênica, o único papel em que, tais “humanistas”, conseguem nos enxergar é no de Réus, violadores sádicos e contumazes da dignidade dos outros, NUNCA de vítimas.

Não fosse isso o bastante, o novo governo, que nos prometeu “um colchão de bondades”, além de práticas novas e democráticas intra quartéis, se comporta de forma obscenamente dura e violenta ou, permite que assim atuem, contra nós. Alguém, tenho a impressão, precisa explicar ao governo o significado da expressão “práticas novas e democráticas”.
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De duas, uma: Ou esse governo, de práticas novas, orienta a persecução intolerante do comando da PM/MA contra lideranças e associações ou o comando atua à revelia da orientação do governo da mudança. Francamente, não sei o que me assusta mais. De qualquer maneira, e para terminar, sugiro às associações que organizem e mobilizem seus trabalhadores pois, ao que me parece, nossa luta será travada nas ruas, e está breve.

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