domingo, 10 de janeiro de 2016

COLUNA DO DODÓ ALVES


GLOBALIZAÇÃO – CULTURA – GÊNERO – RASCISMO – ALTERIDADE E RELATIVISMO. COMO COMPREENDER AS DIVERSIDADES CULTURAIS!...

Por Claudson Alves oliveira       (Dodó Alves)

A globalização no senso comum pode conceituar como a integração global dos povos, da economia, das culturas, das raças humanas e por fim das nações. Como podemos viver bem num mundo globalizado? É possível compreender a globalização no mundo Cibernético? Como entender tantas diversidades? Necessariamente, as pessoas precisarão compreender alguns conceitos, associar diversos conceitos, relativizando uns a outros, e assim por diante. E por fim, como conviver com estes conceitos em nosso cotidiano? Como analisar as diversidades? Veja-se:

A Cultura e sua noção ao logo do tempo enfocam as diferenças culturais, o conceito assumiu várias conotações diante as suas principais correntes analíticas, segundo Malinowski Boas, no passado sobressaia uma visão de cultura como homogênea, relativa a um todo social. A partir dos anos 1980, este conceito ganha novas dimensões, seja a partir do enfoque da interpretação que irá enfatizar a cultura como construção de significados e, portanto, sempre sujeitas às novas interpretações; seja a partir da introdução da noção de poder, que irá enfatizar a dimensão de desigualdade presente nas relações sociais (Geertz).

Gênero é uma categoria de diferença social, está relacionado à construção cultural em torno do masculino e do feminino e é perpassada por relação de poder. Conforme Joan Scott (1995, p. 86) “Primeiro, o gênero é um elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos. Segundo, o gênero é uma forma primária de dar significado às relações de poder”.

O Racismo decorre da ideologia racista que, em meados do século XIX, se caracterizou pelo estudo de cientistas que visaram realizar uma tipificação da espécie humana a parti de critérios biológicos. Tal ideologia é conhecida como “racismo científico”. Segundo Stuart Hall, o racismo possui uma lógica própria, busca “justificar as diferenças sociais e culturais que legitimam a exclusão racial em termos de distinções genéticas e biológicas, isso é, na natureza”. Essas distinções são materializadas e podem ser lidas nos significados corporais visíveis e facilmente reconhecíveis, tais como a cor da pele, as características física do cabelo, as feições do rosto, o tipo físico e etc. (2003, p. 71).  

Em minha opinião toda essa ideologia racista visando uma diferenciação entre “racismo científico” e “racismo cultural” é uma grande bobagem que os cientistas e os povos criaram, conceituado por autores reconhecidos mundialmente. Entendo apenas que só existe uma raça, ou seja, “A RAÇA DA ESPÉCIE HUMANA”.

Alteridade é o exercício de relativização que consiste no movimento de buscar enxergar o outro dentro de seu próprio contexto. A alteridade possui dois momentos: o primeiro consiste num esforço de distanciamento em relação à nossa própria cultura, buscando enxergar nossas ações e pensamento como parte de um contexto cultural específico. No segundo momento, se faz uma análise dos costumes diferentes dos nossos e, pelo contraste, entender o “diferente” como legítimo, como integrante de um conjunto de valores dentro de um contexto específico. Por fim, a experiência da Alteridade está relacionada ao encontro com o “OUTRO”, no sentido de ser capaz de aprender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença.  

Relativismo está relacionado ao procedimento que visa analisar o “OUTRO” em relação ao seu contexto social e cultural, como um recurso para não incorrer em posturas ETNOCÊNTRICAS (uma visão de mundo onde o nosso grupo é tomado como o centro de tudo e de todos, os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência). Segundo Rocha “Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos Relativizando. Quando um significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece: estamos Relativizando. Quando compreendemos o “OUTRO” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos Relativizando...”

Por fim, ficamos com os ensinamentos dos mestres Geetz, (1989, p. 66) e Rocha (1994, p. 13). Conforme Geetz “... vemos a vida dos outros através das lentes que nós mesmos polimos...”. Segundo Rocha  “ O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento da valor da cultura do “OUTRO” nos termos da cultura do grupo do “EU”. Conclusão da nossa coluna dominical: “PARA NÃO SERMOS ETNOCÊNTRICOS É PRECISO FAZER UM EXERCÍCIO CHADO: RELATIVIZAÇAÕ”.

Que Deus nos abençoe!


Claudson Alves oliveira - aluno do 10º período do Curso de Direito, American College of  Brazilian Studies, 37 N Orange Avenue, Suite 500, Downtown Orlando, Florida, 32801.

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